sábado, 30 de outubro de 2010

Da auto-ajuda...

Sinto como se fosse um soco no estômago, roubando-me o ar que outrora me nutria. A angústia toma o meu coração e tenho vontade de colocar o que nem tenho no estômago para fora. A garganta arranha, as pupilas dilatam e lágrimas de desesperança correm-me à face. Não sei nem onde estou, se me perguntarem. Parece que o chão saiu do lugar e alguém inverteu o céu de ponta cabeça. Nunca o meu inferno pessoal foi tão exultante e pavoroso.


Não há nada a fazer. Somente devo aceitar o que estou passando. Paro, sento e fecho os olhos. Antes de erigir a minha estrada para dentro de mim, preciso limpar as pedras. Faço, com calma, o coração parar de se atribular. Escuto um barulho de rio ao longe, o que me ajuda a serenar a minha respiração. Começo a sentir de novo meu corpo, como um todo. Tudo vai tomando seus lugares.

Momentos de relutância vêm, a angústia simplesmente não quer deixar o meu coração. Em um lance de impulsividade, quase a arranco de mim com força. Mas não é necessário. Convido-a para sentar juntar a mim. Ela estranha e, aos poucos, este sentimento de desespero vai desfazendo seus próprios nódulos de medo e vai indo embora, tendo agradecido pelo tempo que se abrigou em meu peito.

Com isto, resta apenas o que eu sou. Após este momento, vou caminhando com serenidade para o que parece ser a minha consciência interna. Isto me acalma, me indica uma rota. A rota da passividade, da espera e da construção. Aplainando o terreno para construir um belo castelo de paz e harmonia. Uma verdadeira fortaleza em face das intempéries do destino. Sorrio. O destino somos nós próprios que escolhemos.

Esta escolha é baseada em dois fatores: medo ou amor. Quando é por medo, tomamos o caminho mais fácil e pelo qual enveredaremos por infortúnios. Quando usamos o medo para ser nosso consulente em nossa jornada, apenas teremos a certeza de que abandonamos a felicidade para viver uma fantasia criada por nossa própria mente. Isto não é saudável e, com o tempo em que não nos escutamos, danificamos nosso corpo. Sintomas eclodem pelo fato de não procedermos pelo nosso caminho.

O caminho do amor é mais doloroso. Precisamos nos desapegar de coisas pequenas, de nós mesmos... Para que possamos dar a importância ao que devemos: a nós mesmos, como pessoas. Quando optamos por nós, optamos por sermos felizes. Isto significa escolher um caminho árduo, mas gratificante. Quanto maior o prêmio que almejamos, maior o sacro ofício que devemos perpetuar em busca do nosso destino.

Para fazer isto, devemos nos aliar a nós mesmos e respeitar os nossos temores. Aproveitar as pessoas que estão dispostas a dividir uma caminhada em direção a um destino em comum. Rirmos de nós mesmos e ajudarmos o próximo. Quando ajudamos alguém, estamos nos esforçando para compreender aquela pessoa pelo seu próprio universo e isto nos faz ver um dos grandes milagres da vida: não há verdades absolutas, nem regras inquebráveis; apenas a necessidade de sermos felizes.
 
Aceite este conselho como um presente, um presente de um amigo. Como todos os amigos, sempre estaremos presentes na vida do outro e poderemos plantar uma semente que gerará vida própria. Esta é uma capacidade una, a de sincronizar almas. Quando isto acontece e você conhece alguém assim, passe mais tempo com ela. Aprenda a conhecê-la e amá-la. Isto fará com que o seu caminho e o da pessoa seja mais florido. Não porque você plantou mais flores para si; mas, porque o fez para o outro.

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