segunda-feira, 5 de julho de 2010

Prazer.

Estamos em nosso próprio universo, onde o tempo e o espaço em nada podem interferir. Neste nosso universo, onde só cabe a mim e a ti, podemos estar entregues um ao outro da maneira mais pura e bela. Observo-te, deitada, encantando-me com teu charme, fitando-me com teu olhar, desejosa que eu me aproxime. Tuas órbitas oculares me chamam para dançar, e eu, feliz e contente, humildemente ofereço-me para tal tento.


Toco o teu corpo de uma maneira carinhosa, o qual fica retesado com a mera aproximação da minha mão. Percebo o teu riso, de satisfação, um riso matreiro de uma mulher que irá ganhar o melhor presente que pode-se esperar de alguém: um amor sem restrições, sem pudores. Após percorrer teu corpo com a minha mão, encosto meus lábios em tua pele. Sinto os teus pelo se ouriçando, e escuto um leve arfar saindo de tua boca. Sem precisar olhar-te, percebo o prazer exalar de teus poros.

Deito-te, em nosso leito nupcial. Percorro cada local, com atenção e zelo, não importa o quão recôndito ou inóspito ele seja. Toda pequena parte do objeto de prazer que me é oferecido merece ser explorado da mesma maneira: apaixonadamente, com improvisações em tudo o que já foi feito, apenas para poder aumentar a tensão que já é quase insuportável entre nós dois separados um do outro.

Ao terminar isto, toco os meus lábios nos teus e a minha língua encontra a tua. Se queríamos dançar, agora só esta parte dos nossos corpos conseguem saciar esta sede. Da saliva, dos músculos se encontrando, do fervor, de tudo aquilo em que até Cronos perderia a noção de tempo e Morfeu nunca pensou em imaginar algo do gênero, surpreendo-te.

Adentro o teu inferno com firmeza. Ao iniciar este processo, vejo que faço você sair do Purgatório da nossa vida cotidiana e alcançar um pedaço do céu. Estamos juntos, ligados por uma ponte do prazer que não tem prazo para terminar. Exercemos nossas habilidades de tentarmos unir nossos corpos sem pressa.

Variamos nossos lugares de amantes e o modo como podemos fazer o nosso pequeno ritual. Enquanto as areias do tempo humano escorrem, tocamos nossas almas com a mesma delicadeza que de um sorriso que nos é dado. Isto, porém, também é insuficiente para podermos satisfazer nossos impulsos. Trocamos juras de amor, sussurramos palavras excitantes e também tentamos falar coisa que não conseguimos, balbuciamos meras palavras tamnha é a volúpia ali instituída e aumentada.

Após um pedido teu, feito entre dentes, quase que lânguido pelo esgotamento de energia, fazemos aquilo que tanto gosta. Coloco-te, de uma certa maneira, em submissão. Deste jeito, o nosso amor pode fluir de maneira ainda mais incontida. Faço tudo aquilo que se é permitido fazer com a pessoa amada. A tua retribuição são os já conhecidos e, ainda assim, surpreendentes jeitos de mostrar-te o prazer que lhe proporciono. A isto, também não resisto, e derramo-me em ti.

Não que seja o fim de tudo... Isto é apenas o início, o aquecimento de nosso amor. Acarinhamo-nos, um ainda preso ao outro, sentindo apenas que o mundo parou. Sorrimo-nos, com a inocência de duas crianças. Apreciamo-nos, como uma obra-prima composta por um gênio. Ali, naquele espaço, no nosso espaço, podemos ser aquilo tudo que temos medo de ser fora dali: nós mesmos. Aceitamo-nos como somos, tudo aquilo que somos. E isto só da margem para mais e mais prazer.

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