domingo, 4 de abril de 2010

Um conto de Páscoa...

Hoje é domingo de Páscoa. Apreciamos o sentimento de Páscoa normalmente junto aos ovos de chocolate. Uma mistura de proteínas, gorduras... E flavonóides, com ação cardioprotetora. Se devem as estas substâncias o fato de apreciarmos tanto o chocolate e não em relação as endorfinas que ele libera ao ser ingeridos por nós.

Tirando o chiste jocoso inicial, poderíamos falar da Páscoa em vários sentidos. Os judeus consideram neste mesmo período a libertação do seu povo do jugo do faraó; os cristãos consideram a ressurreição de Jesus Cristo; os """pagãos""" associavam este culto à Deusa da Fertilidade (o termo Coelhinho da Páscoa vem da Lebre que suas sacerdotisas abriam as entranhas para ler a sorte da pessoa) e deve-se ao povo pagão o fato dos ovos pintados com runas, agora com cores.

Mesmo assim, poderemos tentar buscar um sentido primitivo para este termo, não importando o tipo de lente que usamos em nossos óculos do cotidiano: judáica, cristã, pagã, espírita, hinduísta... Buscamos com a Páscoa algo que é muito peculiar em nossas vidas: o Renascimento de nós mesmos. Temos em nós uma essência peculiar, poderíamos até associá-la com o bóson de Higgs, uma partícula que o cientistas dizem que seria o átomo fundamental procurado pelos pré-socráticos e a filosofia.

Se esta Partícula de Deus está presente em nós, isto quer dizer que nós próprios temos o poder de criação, limitado a nossa ignorância humana. Pois bem, podemos nos fazer renascer a cada dia de nossas vidas, durante toda a nossa vida, sempre buscando um caminho para que possamos nos encontrar. A vida não é fácil. Nunca foi. Nunca vai ser.

Perturbações do nosso cotidiano, morte de parentes, perda de emprego, perda de amigos, agressões, separações de pessoas que amávamos, brigas, catástrofes naturais, má decisões administrativas, judiciárias, legislativas... Tudo isto faz parte do nosso triste cotidiano sombrio. Sempre teremos isto em nossas vidas e sempre buscaremos lidar com isto.

O que torna tudo mais fácil? Saber que existe um outro lado da moeda, algo que pode ser que não vejamos a priori, mas que possamos constatar a posteriori. Esta constatação é através da vida, de buscarmos dentro de nós mesmos acreditar em algo que não pode ser racionalmente explicado: a fé. A fé em nós mesmos. Eminentemente a fé em nós mesmos, a fé que poderemos mudar a situação.

Esta mudança da situação é feita através de outro olhar que buscaremos, outro sentimento que teremos a lidar com aquela situação. NÃO podemos mudar as pessoas. Podemos conversar, mostrar... Mas só a pessoa muda a pessoa. Somente nós mesmos podemos permitir que o outro possa contribuir, ou não, com algo relevante para a nossa vida mediante o diálogo.

Hoje. Agora. Depois de ler estas palavras, espero que algo tenha mudado. Espero que algo tenha se descobrido dentro de você. Como aquela casa em que os móveis estão cobertos por lençóis velhos, empoeirados... E você encontra-se aquela cadeira antiga que relembra a sua infância. E após vê-la, senti-la, você buscará adaptá-la hoje para o seu cotidiano.

Espero que todos possamos renascer a cada dia maravilhoso ou dificultoso em nossas vidas. Espero que possamos revalorizar sempre tudo aquilo que buscamos. Espero que possamos olhar através dos olhos das pessoas que nos amam e que nós amamos e possamos sempre buscar um conforto, um riso, um amor e uma esperança de que tudo dará certo. E dará, porque nós queremos que dê.

Espero vem de esperar, talvez do mesmo radical de esperança. Desejo que você tenha esperança nesta Páscoa de algo algo vai mudar na sua vida. Espero que possa olhar o futuro e afastar as nuvens cinzas da dúvida, do medo e da insegurança. Espero que nesta Páscoa possa confiar ainda mais em si, com o riso maravilhoso de estar eternamente se redescobrindo. Espero, ainda, que muitos sejam os caminhos que possa escolhar, mas que escolha sempre o mais feliz.

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